
Em 1963, depois de ter sido lançado por Kenny Dorham no grupo Jazz Prophets, o saxtenorista Joe Henderson estréia como líder em Page One, um registro antológico.
A importância deste álbum começa por seus protagonistas: os jovens Pete La Roca (bateria), McCoy Tyner (piano), Butch Warren (baixo) e o líder Joe Henderson (sax tenor) - que começavam a figurar no cenário jazzístico com a vertente do hard bop -, dividem seus trabalhos com a experiência do trompetista Kenny Dorham, um dos precursores do bebop e músico muito respeitado pelos jazzístas da época.
Dorham é tão importante quanto o próprio Henderson em Page One por dois motivos: primeiro por seu estilo, repleto por influências latinas, ser claramente perceptível nesta gravação praticamente em todas as faixas. Segundo por duas marcantes composições próprias que abrem o álbum: Blue Bossa e La Mesha. A faixa Blue Bossa é resultado da experiência que Dorham teve ao visitar o Brasil no início dos anos 60. A gravação acabou tornando-se um verdadeiro standard e fez de Page One uma obra indispensável.
Os jovens músicos dos quais me referi, despontaram depois desta gravação. O baterista Pete La Roca (ou Pete Sims) tocou com feras como Art Farmer, Freddie Hubbard, Mose Allison, Charles Lloyd e Paul Bley; gravou para o selo Blue Note e chegou a largar a música para se tornar advogado, retornando muitos anos mais tarde à carreira artística. Butch Warren tocou com Jackie McLean, Stanley Turrentine, Donald Byrd, Herbie Hancock, Dexter Gordon e teve a proeza de pertencer ao Thelonious Monk's Quartet entre 1963-1964. McCoy Tyner, que já pertencia ao famoso quarteto do saxofonista John Coltrane, participou da gravação do histórico A Love Supreme, em 1964. Tyner sustentou uma carreira sólida, que vai das raízes à vanguarda, transitando por diversos estilos de jazz. O saxofonista Joe Henderson, que desde o início da carreira já detinha um estilo original e criativo, ficou conhecido como um dos grandes saxtenoristas de seu tempo, participando de gravações memoráveis, como a de Song for my Father no quinteto de Horace Silver.
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