Simplesmente chapante. As milhares de pessoas presentes na última noite do festival ficaram anestesiadas. A atenção demonstrada pelo público foi grande, mesmo em relação ao já costumeiro respeito aos artistas reinante no festival.
A música do pianista cubano mexeu com as felizardas pessoas que compareceram em massa (estimadas em 20.000). Extremamente imagética, ela distribui cores e texturas aos nossos ouvidos, levando a imaginação para longe ao mesmo tempo em que nos mantém presentes, transformando o local e o momento do show no único tempo e espaço possíveis de se estar, como se futuro e passado se concentrassem naquele mágico instante.
As harmonias e melodias são refinadas sem ser pedantes, extraindo grandiloquência da simplicidade. A dinâmica e a apaixonada interpretação dão tanta vida às notas, que mesmo em alguns momentos em que o músico golpeava insistentemente uma mesma tecla (ou poucas delas), não deixava espaço para monotonia.
Carismático, com forte presença de estilo visual e presença de palco, comandou a platéia como um regente a sua orquestra, dividindo pequenos motivos ritmico-melódicos entre os lados esquerdo e direito, aumentando e diminuindo o volume a seu bel prazer, gerando um verdadeiro efeito surround.
Sua banda não deixa por menos, dando sonoridade ainda mais sofisticada ao já elegante piano de Fonseca. O entrosamento entre bateria, percussão e baixo são impressionantes, e o veterano clarinetista, flautista e saxofonista empresta a segurança de quem sabe o que faz.
Me senti como que conduzido através de uma narrativa fantástica, em que momentos tristemente sublimes se misturavam a outros eufóricos e quentes, criando um perfeito "contraste que combina", como os ingredientes de um molho agridoce.
Neste enredo, cada música se transformava em capítulos, com os personagens protagonistas nos guiando por cenários e paisagens deslumbrantes. Arrebatador, impressionante, surpreendente, e o uso propositadamente exagerado de adjetivos tenta traduzir na linguagem o impacto que a descoberta deste artista me causou.
Apesar dos talentos interpretativos e dramáticos de Roberto, que faz poses e caretas, tomado pelo entusiasmo, sua arte é honesta, sincera, do coração. Parafraseando Drummond: A Música apenas, sem mistificação.
Ricardo Vital
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A música do pianista cubano mexeu com as felizardas pessoas que compareceram em massa (estimadas em 20.000). Extremamente imagética, ela distribui cores e texturas aos nossos ouvidos, levando a imaginação para longe ao mesmo tempo em que nos mantém presentes, transformando o local e o momento do show no único tempo e espaço possíveis de se estar, como se futuro e passado se concentrassem naquele mágico instante.
As harmonias e melodias são refinadas sem ser pedantes, extraindo grandiloquência da simplicidade. A dinâmica e a apaixonada interpretação dão tanta vida às notas, que mesmo em alguns momentos em que o músico golpeava insistentemente uma mesma tecla (ou poucas delas), não deixava espaço para monotonia.
Carismático, com forte presença de estilo visual e presença de palco, comandou a platéia como um regente a sua orquestra, dividindo pequenos motivos ritmico-melódicos entre os lados esquerdo e direito, aumentando e diminuindo o volume a seu bel prazer, gerando um verdadeiro efeito surround.
Sua banda não deixa por menos, dando sonoridade ainda mais sofisticada ao já elegante piano de Fonseca. O entrosamento entre bateria, percussão e baixo são impressionantes, e o veterano clarinetista, flautista e saxofonista empresta a segurança de quem sabe o que faz.
Me senti como que conduzido através de uma narrativa fantástica, em que momentos tristemente sublimes se misturavam a outros eufóricos e quentes, criando um perfeito "contraste que combina", como os ingredientes de um molho agridoce.
Neste enredo, cada música se transformava em capítulos, com os personagens protagonistas nos guiando por cenários e paisagens deslumbrantes. Arrebatador, impressionante, surpreendente, e o uso propositadamente exagerado de adjetivos tenta traduzir na linguagem o impacto que a descoberta deste artista me causou.
Apesar dos talentos interpretativos e dramáticos de Roberto, que faz poses e caretas, tomado pelo entusiasmo, sua arte é honesta, sincera, do coração. Parafraseando Drummond: A Música apenas, sem mistificação.
Ricardo Vital








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