Por Fabiano Alcântara - Agência BOM DIA
Se você acha que nada de novo está sendo feito na música atual, talvez fique surpreso ao ouvir o som de Flying Lotus, de Los Angeles (EUA). O produtor, que passou pelo Sesc Araraquara, na sexta (19), e pelo pelo Sesc Belenzinho, em São Paulo, no sábado, liga as pontas entre hip hop, erudito, jazz, eletrônica e o pop alternativo, como fica claro nas colaborações entre Steven Ellison, seu nome de batismo, e nomes tão díspares entre si como Thom Yorke, do Radiohead, J Dilla e Gonjasufi e Erykah Badu.
No show, os cerca de 500 sortudos que esgotaram em 40 minutos os ingressos para o show na zona leste, balançaram a cabeça reverentemente quando Flying Lotus subiu ao palco e começou a disparar seus beats futuristas. Acompanhado das imagens do artista visual Strangeloop, alternando temas espaciais, cores fluorescentes e traços ora inspirados nos animes japoneses e em outros momentos buscando referências na arquitetura, na natureza e na geometria.
Para completar o time, o baixista Thundercat (Suicidal Tendencies, Erykah Badu) despejava notas na velocidade da luz, em uma performamce que só encontra paralelo no monstro do contrabaixo, Jaco Pastorius (1951-1987), ártifice do punk jazz.
Já no fim da apresentação, Flying Lotus que sorria o tempo todo, disse que há muito tempo desejava tocar em São Paulo, onde esteve em 2005 para o "Brasiliantime". O projeto promoveu o encontro entre bateristas brasileiros como Ivan Mamão Conti, João Parahyba, Wilson das Neves, estrangeiros como Tony Allen e DJs de hip hop Nuts (Brasil), Cut Chemist JRocc e Madlib (todos dos EUA).
"Adoro a sua música, estou muito feliz", disse o produtor, que no ano passado lançou um dos melhores discos do ano, "Cosmogramma" (Warp). Dançando na pista, a plateia ao seu modo, dizia o mesmo.
Sobrinho da ex-mulher do lendário John Coltrane, Alice Coltrane, de quem se percebe uma nítida influência em temas que sugerem espiritualidade profunda e imagens cósmicas, aos 27 anos Flying Lotus é uma peça chave para entender os sons de vanguarda hoje, além de qualquer tipo de rótulos e sem deixar de ser divertido e dançante.








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