Por Leonardo Alcântara
Em setembro de 2005, um 'lançamento' da Blue Note Records estremecia as matérias musicais dos jornais e empolgava os entusiastas do jazz em todo o mundo.
Um tal de Larry Appelbaum, supervisor do laboratório de gravação da Biblioteca do Congresso Americano, descobriu aquilo que nós, fãs de jazz, podemos chamar, sem exageros, de 'milagre'.
No início de 2005, Larry (mestre dos magos) descobriu acidentalmente numa caixa, a gravação do quarteto de Thelonious Monk com o saxofonista John Coltrane em um concerto beneficente de 1957, no Carnegie Hall.
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O 'milagreiro' Larry Appelbaum. |
O músico e historiador musical Lewis Porter, que escreve artigos sobre jazz para importantes veículos, como o site JazzTimes.com, chegou a consultar, em 1996, a possibilidade de haver algum registro daquele encontro histórico nos arquivos da Biblioteca do Congresso. Apesar da boa vontade dos funcionários, nada foi encontrado.
Somente nove anos depois, em fevereiro de 2005, Lewis recebeu um e-mail de Larry Appelbaum, dizendo que ele tinha descoberto. O próprio Larry explicou:
"Eu estava folheando algumas fitas que aguardavam digitalização no início de 2005, quando notei oito bobinas de acetato de 10 polegadas de fita com a etiqueta 'Carnegie Hall Jazz 1957.' Eu examinei os tambores e notei que uma das caixas de fita teve uma nota escrita à mão na parte de trás que dizia 'T. Monk' com alguns títulos de músicas. Quando tocamos a fita, eu reconheci o som de John Coltrane no sax tenor com o quarteto de Monk e meu coração começou a correr".
A Blue Note adquiriu o direito sobre as fitas e a restauração e a remasterização ficou a cargo do produtor Michael Cascuna e de TS Monk, filho de Thelonious.
O raro registro de 1957 se tornou o maior lançamento de 2005 e até hoje é comentado, não apenas pelo o encontro de dois monstros sagrados do jazz, mas pelo o achado histórico que se tornou em um clássico instantâneo.
Coisas que só acontecem a cada meio século...JM
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