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Phil Woods em sua última apresentação, dia 4 de setembro. Foto: Nate Guidry / Post-Gazette |
Saiu de cena, no último dia 29, terça-feira, vítima de um enfisema pulmonar, o saxofonista Phil Woods. Mais do que um grande expoente da linguagem do Bop, Woods foi quem melhor interpretou e deu continuidade ao legado de Charlie Parker. Apelidado de o novo 'Bird', Woods foi responsável por manter viva a meteórica trajetória de Parker, além de ser dono carreira produtiva, tendo como marca a excelência e a qualidade.
Seu final não poderia ter sido mais apropriado. Há 3 semanas, no dia 4 de setembro, Woods anunciou a sua aposentadoria, em Pittsburgh, onde ele, juntamente com a Orquestra Sinfônica da cidade, prestou homenagem ao álbum Charlie Parker With Strings. Ele se apresentou com um tanque de oxigênio ao seu lado, do qual ele disse que era o seu 'amplificador'. Woods fez o anúncio da aposentadoria, alegando motivos de saúde e compartilhando parte de sua história, pouco antes de tocar "Rocker", de Gerry Mulligan.
Muito do que aprendi a amar no Jazz foi pela mensagem que tive a oportunidade de captar de seu sax alto. A limpidez, a sutileza, mas também um swing ímpar, de um timbre único, que era a sua marca registrada.
Uma das melhores coisas que eu ouvi na vida, foi o seu solo em "Monk´s Moods", naquele lendário The Thelonious Monk Orchestra at Town Hall. Diante de um visceral Thelonious Monk, eis que surge um sublime Phil Woods com um daqueles solos que paralisam o coração da gente. Sutilezas e belezas que Woods sabia fazer como poucos.
Não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, o que atenua um pouco mais a minha tristeza. Mas já que se trata de um mensageiro de Deus, nada melhor do que ser o mensageiro do mensageiro e no que depender de mim, sua obra estará sempre viva. É o mínimo que eu posso fazer, já que eu não tive a oportunidade de dizer pessoalmente, "eu te amo, muito obrigado por tudo". JM
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